Aos 51 anos, Silvana Caceres Rossi resolveu dar um novo rumo à sua história — e o ponto de partida foi o curso técnico em enfermagem do SEG. Moradora da localidade de São Valentim, zona rural de Santa Maria, agricultora e mãe de três filhas universitárias, ela decidiu que era hora de cuidar também dos próprios sonhos.

Durante muitos anos, Silvana dedicou-se inteiramente à família e à vida no campo.

“Minha rotina era entre hortas, lavouras, jardins… Sempre cuidei da casa, das filhas, do nosso dia a dia rural. Com o tempo, elas foram crescendo, saíram de casa, todas foram pra universidade. Foi um orgulho imenso.”

Mas com as filhas voando mais alto, começou a surgir um novo espaço em sua rotina — e também um desejo antigo voltou à tona.

Silvana passou a fazer serviços voluntários em sua comunidade, especialmente nos dias em que a unidade móvel de saúde visitava a região. Acolhia os pacientes, organizava fichas, ajudava a criar um ambiente mais humano.

“Conversava muito com as pessoas, ouvia histórias. Aquilo me fez perceber o quanto eu queria estar mais próxima dessa área.”

O sonho da enfermagem, na verdade, sempre esteve ali.

“Em 1997, com 21 anos, me inscrevi no curso de auxiliar de enfermagem. Mas deixei pra trás, achava que não tinha o dom. Só que o dom é maior do que imaginamos — e a vontade voltou com força total.”

No dia 1º de março de 2024, acompanhada do marido, Jairo, Silvana fez a matrícula no SEG com a ajuda da colaboradora Vanessa Tormes, que a acolheu com carinho e atenção. Poucos dias depois, em 25 de março, ela iniciava sua primeira aula, no componente Materno Infantil.

“Era um outro mundo pra mim. Estar em sala de aula 30 anos depois foi desafiador, mas muito gratificante.”

A integração com os colegas foi leve, acolhedora.

“Todos foram muito empáticos. Os professores são incríveis — ensinam com paixão, mostram a realidade, fazem a gente acreditar que podemos.”

Mesmo com pouco tempo de curso, Silvana já viveu momentos marcantes. Em 2024, participou do 3º Congresso Estadual do Curso Técnico em Enfermagem, com um trabalho sobre doação de órgãos.

“Fui finalista com minha colega Camila e a orientadora inspiradora Liziane Cruz. Subi naquele palco emocionada, com lágrimas nos olhos, pra receber meu primeiro troféu. Foi um momento que não tem preço. Sou agricultora, caloura SEG, mas ali me senti reconhecida, valorizada, vivendo um sonho.”

Hoje, cursando o oitavo componente, ela olha para o futuro com esperança.

“Deixo meus planos nas mãos de Deus. Ele me trouxe até aqui, me mostrou esse caminho, me deu força pra não desistir. O SEG abriu portas que eu nem imaginava. Só estando aqui dentro pra ver o tamanho das oportunidades.”

E deixa um recado direto pra quem está na dúvida:

“Saia da sua zona de conforto, se desafie, não imponha limites! A vida é curta, mas é tempo suficiente pra fazer algo incrível.”

A história da Silvana é um exemplo de que nunca é tarde pra recomeçar. Basta coragem, vontade de aprender e um sonho guardado no coração. E o SEG está aqui pra transformar esse sonho em realidade.