Em maio de 2024, quando retornou para casa após a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul, Ana Júlia Moreira da Silva viveu um dos momentos mais marcantes de sua vida. Aluna do curso Técnico em Enfermagem do SEG, ela encontrou entre os escombros o que chamou de “seu tão sonhado jaleco” — símbolo do futuro profissional que estava construindo. “Foi uma das maiores dores que já senti”, relembra. “Ver meu jaleco coberto de lama, no meio de tudo destruído, me fez chorar. Era como se a água tivesse tentado afogar meus sonhos.”

Na época, Ana Júlia usou a imagem daquele jaleco como símbolo de resistência, dizendo que ele representava uma verdadeira capa de super-herói. Mas a realidade emocional que veio depois exigiu uma nova dose de força: “Após aquele reencontro, muitas coisas se resignificaram em mim. Voltei para o curso, mas precisei fazer uma pausa para cuidar da minha saúde mental. Foram meses sem estudar, mas dentro de mim eu sabia que essa pausa era, na verdade, um dos maiores atos de coragem: o de não desistir.”

E ela não desistiu. Passado o período de pausa, Ana voltou não só às aulas de Enfermagem, mas também abraçou um novo desafio: começou a cursar Técnico em Segurança do Trabalho no SEG. Agora, estuda as duas formações ao mesmo tempo, com o sonho de construir uma carreira na área da Enfermagem do Trabalho — uma união perfeita entre o cuidado com a saúde e a proteção no ambiente profissional.

Um ano após o trauma das enchentes e ainda vivendo o reflexo da pandemia, a história de Ana Júlia representa o que é ser gaúcho, o que é ser SEG: alguém que recomeça, que enfrenta a dor e transforma os próprios sonhos em força para seguir.

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