Ser mãe é viver uma montanha-russa de emoções. Para Thais Wotter, aluna da Escola SEG de Pelotas, essa experiência ganhou um novo significado depois que ela se tornou parte da Urgemtec, a liga estudantil pioneira em enfermagem de emergência. Criada pelos alunos e pela doutora Vanessa Pedroso, a Urgemtec já nasceu com um propósito grandioso: preparar pessoas para agir em situações críticas e salvar vidas.

A história de Thais é um exemplo vivo da importância desse aprendizado. Ela é mãe de dois filhos: Valentim, de oito anos, e Augusto, que está prestes a completar dois. “Quando meu filho Valentim tinha quatro anos, ele engoliu uma moeda de cinco centavos. Naquele momento, eu não sabia fazer nenhuma manobra de desengasgo. Tentei puxar a moeda com o dedo, fiquei desesperada… mas a moeda só foi retirada depois de uma endoscopia”, lembra.

Mais recentemente, Augusto passou por uma situação ainda mais assustadora. “Ele estava comendo pão e começou a engasgar. Quando olhei, ele já estava ficando roxo. Mas, diferente da primeira vez, eu sabia o que fazer. Bati nas costas, depois fiz a manobra de Heimlich, e ele desengasgou. Se eu não tivesse aprendido, ele poderia ter morrido antes da chegada da ambulância”, conta, emocionada.

Essa experiência não só reforçou a importância da Urgemtec, como também motivou Thais a ensinar manobras de desengasgo para familiares e amigos, incluindo o filho mais velho. Ela destaca ainda a relevância da Lei Lucas, que exige que escolas tenham funcionários capacitados para agir em casos de engasgo. “É fundamental que mais pessoas saibam fazer essas manobras, principalmente em bebês e crianças. Muitas vidas poderiam ser salvas se o conhecimento fosse mais difundido”, alerta.

Além das situações de emergência, Thais também participou da atualização das manobras de desengasgo, seguindo padrões mundiais com cinco golpes nas costas antes das compressões abdominais em crianças. “A cada atualização, sinto que estou mais preparada para salvar vidas. Fazer parte da Urgemtec da Escola SEG não só agrega conhecimento, mas também dá segurança para agir em momentos de crise”, completa.

A experiência de Thais Wotter é um exemplo de coragem, preparo e dedicação. E reforça uma mensagem simples, porém poderosa: aprender a salvar vidas nunca é demais.